segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Relacionamentos Significativos

(Apesar de uma família complicada)
Em plena era de comunicação nunca foi tão difícil se comunicar. O que acontece na quebra de relacionamentos? Como nos relacionamos com as pessoas? O que buscamos nos relacionamentos? Temos relacionamentos duradouros? A quem escolho como amigo (a)? O que causa dificuldade de relacionamento com a família? Irmãos-amigos? Pais-amigos?

Alguém já falou que: “Amigo é aquele que nos conhece a fundo e mesmo assim nos quer bem.” Temos este nível de relacionamento com as pessoas ao nosso redor? Que valores são importantes nos relacionamentos? Qual é o fator determinante para que as pessoas escolham amizades? Busca pelo status jogo de interesse, aparência física, tom de voz, afinidades, o ser diferente, ser aceita, amada, acolhida, maltratada, humilhada, desejo de ser ajudada, de ajudar como: (enfermeiro, médico, psicólogo, advogado, etc.).

O que existe no meu eu que atrapalha o meu relacionamento com as pessoas? O que sei sobre o meu eu? Do que sei, o que me ajuda e as pessoas ao meu redor? Gosto da minha aparência, meu corpo, meu modo de vestir, o que falo quando converso, sou capaz de escutar, olho nos olhos das pessoas com quem me comunico, sei entrar e sair em qualquer lugar? Há leveza em meu ser ou quase sempre sinto que difícil e pesado ser quem eu sou? Como está a minha auto-estima. E nesta preocupação, que tenho feito com a minha vida e meus relacionamentos?

O que a Bíblia fala sobre relacionamento?

No salmo l33: 1 á 3. “OH! Quão bom e quão suave que os irmãos vivam em união é como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla dos seus vestidos; como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre.”

Este texto é fantástico, fico fascinado toda vez que o leio. Só que infelizmente todos nós temos algumas dificuldades de viver esta realidade bíblica. Tem até um pensamento que diz: “Com os irmãos no céu: OH! Que Glória! Mas aqui na terra é outra história.” Mas, vamos tentar avançar na área dos relacionamentos humanos.
Vamos aprender uma pouco com uma família bíblica à do patriarca Isaque. Gn. 25:l9...Isaque e Rebeca . Família muito espiritual e também complicada. Gn. 25:21“Isaque orou ao Senhor por sua mulher, porque ela era estéril; e o Senhor lhe ouviu as orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu”. QUE FÉ! QUE FAMÍLIA! V.22 E ERAM GÊMEOS! Mas, estavam brigando no ventre? Foram pedidos de oração e estavam brigando? “A mãe se desespera e diz:” Se é assim, por que vivo eu? Consultou ao Senhor. Deus explicou que eram duas nações, que estavam no ventre e que se dividiriam. A mãe aparentemente se acalma. Um ruivo e peludo: Esaú e o outro que já nasceu pegando no pé, ou melhor, no calcanhar seu nome Jacó, agarrador de calcanhar, trapaceiro ou suplantador. Com um nome deste ele foi longe...você sabe o significado do seu nome ? Profissão de Esaú perito caçador, homem do campo. Jacó, homem pacato, habitava em tendas... Isaque amava Esaú pela caça saborosa e Rebeca amava Jacó. Preferência dos pais aí é que mora o perigo! Como isto machuca e divide! V.29... Jacó negocia com Esaú a primogenitura um prato de lentilhas. O que a fome...por comida e outros desejos podem fazer ? Podemos condenar Esaú por esta atitude? Que benção estamos abrindo mão? Esaú com quarenta anos casa com Judite, e, Basemate, ambas as filhas de heteus e ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para Rebeca. V.35. Isaque pede a Esaú que caçe e conzinhe algo gostoso para que depois ele o abençõe. A mãe escutou isto e correu para Jacó e disse para ele se apressar e pegar primeiro a benção ele contra argumenta ela exagera na espiritualidade e diz que até maldição pode cair sobre ela, mas, que ele faça e rápido. Ele foi, voltou, a mãe caprichou e ele foi até ao pai. Vamos imaginar a cena e as mentiras maiores que a do Jeca Tatu. A mãe pensou em tudo (as mulheres são maravilhosas, mãe então, faz tudo.). Isaque desconfia: como achou tão depressa a caça? Jacó espiritualizou na resposta: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro”. Eu como pai não iria questionar mais. Mas, parece que Isaque sabia com quem estava lidando. Aí pediu para apalpá-lo. Isaque não se convenceu e disse: “A voz e de Jacó, porém as mãos são de Esaú”. E ainda perguntou por último: “És meu filho Esaú mesmo”? Eu sou. Que cara de pau! A gente não mente assim, não é? Imagina? Aspirou o cheiro da roupa? V. 33 O pai quando soube teve violenta comoção e Esaú bradou com profundo amargor. Foi enganado duas vezes: a primeira o direito a primogenitura e a Segunda vez a benção. Não tem nenhuma benção pai! Implorou a benção e chorou. Planejou matar Jacó, quando o pai morresse. Rebeca sabe e v.46 faz um senhor plano para livrar o filho com um excelente motivo. Esaú ficou mais amargo quando soube de tudo, mas, obedeceu aos seus pais casando com quem devia embora que não deixou as anteriores. JACÓ SONHA EM BETEL. Deus o abençõa e faz promessas. Fez um altar, mas, barganhou com Deus, era assim que ele sabia agir. E nos como agimos com Deus?

Jacó segue caminho e encontra Raquel, beija-lhe e chora! Labão encontra com ele abraça-o e beija-o. Jacó estava feliz, agora sim estava bem e em família, que tio legal, parece melhor que seu pai. Quantas vezes preferimos outra família que a nossa! Como é legal a família dos outros! Gn. 29:l4 : “de fato, es meu osso e minha carne”. Além de tudo poeta. Que pai! Labão negocia com Jacó, a rebeca e aí começam as trapaças. Vejam quantas! Lia no lugar de rebeca. Que lua de mel estranha, o noivo não notou nada! Trabalha mais sete anos por Raquel, que amor! É lindo, não! As duas irmãs não se davam bem, disputavam quase na tapa o marido. E tome filhos, um atrás do outro e cada nome espiritual. Que mulheres espirituais!

Depois de 14 anos Jacó barganha com Labão. E fixam o tipo de salário, Labão muda 10 vezes. Jacó não agüenta e os filhos de Labão também, daí foge, com todos. Raquel rouba os ídolos de Labão. Dá rolo! Labão sabe e vai atrás. Deus lhes fala em sonho. Ele respeita, mas, pressiona Jacó com um discurso moralista. Raquel engana o pai. Resolvido o conflito.
Jacó seguiu o caminho esteve em maanaim: este é o acampamento de deus. Planejou o encontro com Esaú, estava com medo, foi barganhando como ele sabia, mas algo tinha que mudar na vida da Jacó ele buscou um encontro com Deus. Estava só e transpôs o vau de Jaboque, v.24 lutava com um homem e prevalecia este, porém o feriu na coxa, (anjo ou deus) pedindo uma benção especial para mudar radicalmente e sua vida. Estava cansado de fazer tudo com as próprias mãos. Reconhecia o poder de Deus em sua vida, queria o senhorio para a família. Deus mudou-lhe o nome para Israel, “ele luta, ou persiste, com Deus” (em poderosa oração). “Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.”

Agora Jacó, ou melhor, Israel podia encontrar-se com Esaú. Todo o seu povo se inclinou sete vezes inclusive ele. Reconciliação exige humildade, esperança e amor, e o amor tira todo o medo. “Então Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; abraçou-lhe ao pescoço, e o beijou; e choraram”. E aja coração!

Generosidade de ambos os lados, a benção da reconciliação! E Jacó comprou ali perto um lugar e fez um altar: Deus, o Deus de Israel. Deus quer fazer a reconciliação na tua família e quer que você seja instrumento de benção. O que nós precisamos mudar para Deus ser Senhor nosso e dos nossos filhos? Pra que montar esquemas como Jacó? Descanse em Deus. Ele tem o melhor para a reconciliação.

Sexo e Sexualidade em Logoterapia

Sexo: é o atender a necessidade básica do ser humano no sentido mais biológico do termo.Sexualidade humana: é o atender as necessidades de: amor, afeto, carinho, compreensão e aceitação, incluindo uma mútua satisfação orgástica. Ela é a dimensão existencial do ser da pessoa e se desumaniza quando só é utilizada, para provocar prazer.Potência: capacidade de haver sexo satisfatório utilizando as genitálias e uma condição de realizar o ato sem dificuldades fisiológicas.

Orgasmo: condição plena de se chegar ao ápice da descarga orgástica, satisfazendo as necessidades do organismo.

A relação sexual tende a ser sinônimo de sexualidade e o prazer do corpo tende a ficar no campo biológico.

Nossa descendência animal nos obriga a ter um conceito animal de nossa sexualidade.

O esforço das correntes existencialista em enfatizar o espiritual e transcendente do homem não alcançou o suficiente para desbloquear o critério biopsicológico em que foi aprisionado.

Considerar a nossa sexualidade igual a do animal irracional é um ponto de partida equivocado que conduz a sérios equívocos.

A sexualidade animal é específica, inata, não sujeita ao aprendizado. Há uma finalidade específica de procriar. Segundo Fabre: “ O instinto sabe, todo o caminho imutável, com o qual nasceu, e, ignora qualquer outro caminho. Ele segue o cio”.

Para Nicolai Hartmann há no ser humano a pessoa estratificada em o tripé mundo, isto foi enriquecido por Flavio Núñez, comparando o mundo humano com o animal.

Mundo das coisas
Transcendente
Mundo do outros
Natureza
Culturas
Espiritual
Sociedade
Psicológico
Biológico
Mundo de si mesmo

Com isto que dizer que o ser humano tem capacidade de reflexão sobre si mesmo e isto lhe permite considerar sua sexualidade, meditar e decidir sobre ela.

A sexualidade, como uma vivência humana, está ligada a uma escala de valores que foi estruturada na história biográfica de cada um.

A área da transcendência, que em termos gerais significa enriquecer e dar sentido a uma existência, nela a sexualidade humana tem a oportunidade de incrementar o elemento existencial e de enriquecer as suas vivências e expressões de condutas além das suas simples origens.

Ser sexólogo é ser especialista em sexualidade humana. E aprofundar-se em três elementos: amor, ato sexual e procriação. O ato sexual e a reprodução definem a sexualidade animal, o que distingue, nós seres humanos é o amor. Isto por possuirmos uma escala de valores.


O LEGADO DE FREUD
Ao estudar a sexualidade, Freud trabalhou preferencialmente o Inconsciente. Além disto, estudou os desajustes sexuais, que se manifestam por meio das condutas patológicas. De alguns comportamentos reprimidos passamos a perceber o sexo e a sexualidade como algo não saudável.

Ao estudar a sexualidade infantil, Freud quebra paradigmas e leva a humanidade a pensar nela, como base da nossa sexualidade adulta.

Outra vertente importante na teoria de Freud é como ele vê o instinto. Quase que isenta o ser humano de responsabilidade sobre a sua sexualidade, atribuindo ao instinto sexual, atos insensatos nesta área.

Há, porém um elemento importante, mas, que não chama a atenção de Freud, é o amor. O amor não foi objeto de sua investigação, mas sim na de Frankl.

ABO IMO PECTORE


Esta expressão do latim significa: “do fundo do meu coração”; é quando permito ir ao fundo de mim mesmo e conheço os reais motivos que me levam a comportar-me no dia – a – dia ou em ocasiões especiais. Ao mesmo tempo é também quando quero que o Espírito Santo, sonde o meu coração e revele-me pela palavra, oração ou como Ele queira os mistérios dele ou do coração de Deus para mim. Ir ao fundo do meu coração pode fazer com que eu venha a alegrar-me, entristecer-me, ou mesmo, ficar paralisado ou exultante, diante das descobertas. Mas acima de tudo é não alienar-me da vida, do meio e de mim mesmo. Escavar o meu coração é uma tarefa difícil e gratificante, pois é estar em sintonia com a vida e comigo mesmo.

Escavando a terra podemos encontrar coisas preciosas tais como: petróleo, pedras preciosas, minérios, descobertas arqueológicas e tantas outras preciosidades. Por outro lado, sai das profundezas da terra: terremotos, vulcões e tantas outras coisas que amedrontam e causam destruições e mortes. Podemos perceber também que da terra principalmente no Brasil, em que se plantando tudo dá, sai sustento em alimentos para a nossa vida e a de quase todos os seres viventes. Assim como saem matos, ervas daninhas e tantas outras coisas que só servem para serem queimadas. Mas nas reportagens sobre o fundo do mar é onde vemos que quanto maior a profundidade, mais algas marinhas preciosas, mais peixes e seres viventes extraordinários. Ao mesmo tempo, eles enceram em si mistérios que até hoje não conseguimos desvendar, além de lodos, lamas, abismos, etc. Creio que assim também funciona o nosso coração ele tem lugares preciosos e lindos, onde as pessoas podem perceber claramente a beleza de Cristo em nós de modo claro, significativo e profundo; não precisam nem escavar muito para perceber estas riquezas no nosso coração. Por outro lado há lugares não limpos, escuros, tenebrosos, onde fazemos questão de esconder, com medo muitas vezes de sermos rejeitados pelo meio que vivemos e até por nós mesmo. Mas o que fazer diante destes dois lados profundos do nosso coração?

Em Miquéias 7: 18 a 20 lemos: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e te esqueces da transgressão do restante da herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas inquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrará a Jacó a fidelidade, e a Abraão a misericórdia, as quais juraste a nossos pais desde os dias antigos”.

Que promessa tremenda e maravilhosa! Deus mesmo lançará este lado sombrio do nosso coração nas profundezas do mar (isto é, um lugar que não mais voltará para nos acusar); além disto, ele esquecerá; seu perdão é incondicional e infinito. Não nos lançará em rosto a profundeza do lado escuro do nosso coração. É por isso que Deus quer sondar o nosso coração profundamente, para que ele fique mais próximo do Seu coração e só assim, gozaremos a amizade e intimidade junto ao coração amoroso e acolhedor do Pai. Só assim poderemos dizer com sinceridade de coração em plena sintonia, confiança e entrega:
Nós te amamos Senhor: ABO IMO PECTORE. Amém!

Curitiba, 01.12.99.

Coração Valente

O coração é no Novo Testamento, o vocábulo que mais se aproxima daquilo que chamamos de “pessoa”. O psicólogo Carl Rogers escreveu um livro cujo título é: “Tornar-se pessoa”, onde ele aponta que a sociedade nos neurotiza desde criança e a tarefa da nossa vida é nos tornarmos outra vez pessoa. E para que isto aconteça é necessário cuidar bem do nosso coração, pois sendo ele: a fonte de todos os desejos ele deve ser guardado, conforme diz em Provérbios 4:23 “Sobre tudo que deves guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem às fontes da vida”. Deus quer forjar em nós um coração valente, um coração que sabe o que é sofrer e encara o sofrimento, um coração disponível para o seu Senhorio em nossas vidas, em todas as áreas, inclusive a área amorosa. Muitas vezes só procuramos a orientação de Deus para esta área, quando as coisas estão dando erradas, por que não, antes, durante e depois?
É a sabedoria personificada que nos atrai com palavras suaves; é Jesus Cristo que deseja todo o nosso ser. Não se contenta apenas com os nossos lábios, quer todo o nosso coração e toda a nossa confiança. Coração no hebraico significa “ganhar compreensão”. “Criar juízo”. Quem não quer ser compreendido, aceito, amado incondicionalmente? Pois é assim que o Senhor nos ama. Criar juízo, fazer coisas retas, justas, que agradem ao Senhor, como é maravilhoso estar na sua presença, por Jesus, de consciência tranqüila e em paz.

Quem assistiu a este filme - Coração Valente - não deixa de ficar impressionado com os efeitos especiais e a história de amor e patriótica de um homem e de um povo, que por vingança ou em memória da mulher amada, tornou-se verdadeiramente mais homem, cidadão, patriota e herói de um povo sofrido e humilhado pelos governantes.

Que paralelos poderemos fazer entre este filme e a nossa vida? Que tipo de filme de tua vida foi passado até hoje? Qual é teu filme em cartaz hoje? Que título você daria?
Que temos em comum com esta história? Vivemos também diante de um sistema injusto de governo? Tivemos um grande amor que terminou? Conseguimos amar outra vez? Como reagimos diante do final de uma relação amorosa?

Creio que diante destas perguntas, prefiro fazer pontes leves das questões política e social, e entrar mais na questão da relação amorosa. Será que foi assim que aconteceu? Um dia nos apaixonamos e nos encantamos por alguém, esta pessoa povoava os nossos pensamentos e sentimentos o tempo quase todo, e às vezes até dormindo ela estava em nossos sonhos. Só de pensar o nosso coração disparava, às vezes quando a olhávamos dava um frio na espinha, ventre ou o nosso coração parecia que ia sair do peito; nossos olhos brilhavam e ficávamos meio bobos, rindo a toa ao ouvir, falar, tocar, acariciar, vamos parar por aqui... Neste tempo de completa paixão, tudo que pensávamos e imaginávamos de melhor era para esta pessoa e não para nós mesmos, sonhávamos um mundo melhor e feliz com e por este amor.

“De repente, não mais que de repente do riso fez-se pranto” como dizia o poeta maior, Vinícius de Morais, (no filme foi bruscamente, mas, nem sempre acontece deste jeito) geralmente é aos poucos. Algumas atitudes tornaram-se diferentes, os nossos sentimentos foram mudando a outra pessoa não mais foi atendendo as nossas expectativas, ela que nos fazia tão feliz e estava em nossa vida de forma tão intensa, começou a nos irritar, entediar, e fazer com que o que era encantador perdesse a graça. Sentimos que estávamos sós a dois. Que sensação estranha, que dor, que coisa sem explicação lógica!

Quais foram as nossas expectativas quando nos apaixonamos por esta pessoa? O que ela tinha que iria preencher as nossas carências? O quanto nos dava sem querermos nada em troca? Queríamos que ela nos fizesse feliz?

Como foi a nossa reação ao perdermos alguém? Foi algo parecido? Ficamos irritados, magoados, fugimos ao diálogo, lutamos até ao fim? Fizemos o melhor em zelo, carinho e agrados? Ficamos com sentimentos de culpa? Anulamo-nos, culpamo-la? Como encarar uma perda amorosa definitiva?

Vamos lembrar o filme? Ele perdeu a amada, pois ela foi morta pelos donos do poder. Ele conseguiu apaixonar-se outra vez temporariamente por uma princesa (ficou sem compromisso com ela). Não perdeu de vista a causa maior (luta pela libertação da pátria). Até os últimos momentos antes de perder a própria vida, as imagens da verdadeira amada foram as que prevaleceram como que culminando com o sonho mais lindo de sua vida: ter amado verdadeiramente uma mulher de todo o seu coração e coração que se tornou valente.

E nós como agimos diante do filme da nossa vida? Quanto à luta pela justiça e paz aqui na terra, com referência da justiça e paz do Reino de Deus e ao enfocarmos o lado amoroso dela, é Deus o centro da nossa vida ou a pessoa amada torna-se o centro? Estamos envoltos ainda com raízes de amarguras e desconfiança em relação ao sexo oposto, com sentimentos de que fomos passados para trás e, é só aguardar o momento próprio da vingança? Estamos com medo e não permitimos que ninguém se aproxime? Rimos sobre este assunto com amigos e ficamos na gozação sem outra ação positiva? Só lamentamos com outras pessoas o que nos aconteceu? Ou já tivemos a oportunidade de dar a volta por cima, nos encorajamos e estamos pronto para amar ou já estamos amando? Com o coração leve e sarado ou mesmo coração valente?

Coração valente é coração que enfrenta outra vez a possibilidade de em meio às lutas, dores, dificuldades, medos; amar e se dar em amor, arriscar para melhor saber escolher, ter a coragem de correr risco; quem ama, está na chuva para se molhar... Está no fogo para se queimar; com direito de se apaixonar e ficar louco varrido de amor. Tri legal, né? Mas, nunca se esquecer que se o Senhor não está no centro da nossa vida este filme pode ter um final com a sensação de que faltava algo... Que o Senhor nos dê sabedoria para que possamos dar-lhe o nosso coração; antes, durante e depois de entrarmos pra valer em uma relação amorosa.

Curitiba, 2002

A Arte de Liderar



Diz um ditado popular que “Manda quem pode, e obedece quem tem juízo”. Isto muito discutível, embora tenha certa lógica. Pelos princípios bíblicos, percebo que nem sempre quem manda, detém a liderança, principalmente uma liderança sábia para si e seus liderados.

Quanto ao obedecer é evidente que no dia-a-dia das relações sociais, a obediência aos pais, patrões, leis, etc., é necessária, com ressalva de que ela não exceda o que está escrito em Atos dos Apóstolos 5:29 “Então Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes importa obedecer a Deus do que aos homens.”Apesar do grande crescimento dos evangélicos no Brasil, há uma carência enorme de líderes coerentes com prática da Palavra em suas vidas. Daí a alternativa bíblica com base na fé, esperança e amor em Cristo Jesus nosso Salvador e Senhor.A Bíblia recomenda que não sejamos sábios aos nossos próprios olhos, mas que cada um assuma a sua obra. “Se alguém pensa que é importante, examine a sua própria maneira de agir, se ela for boa, então pode se orgulhar do que ele mesmo fez, sem precisar se comparar com a conduta dos outros. Porque cada um deve levar a sua própria carga.” (Gl. 6:3-5).

Neste sentido alguns pré-requisitos são necessários na liderança capaz:
· Ter uma real imagem de si mesmo, com suas habilidades e dificuldades.
· Aceitar o próprio corpo. Vários pacientes chegam ao meu consultório com baixa estima em relação ao corpo.
· Aceitação das circunstâncias. Ter a percepção do que pode ou não, mudar.
·Aceitar-se sem auto-preconceito e/ou auto-piedade.
·Conseguir sentir a dor do outro (empatizar).
· Aceitar os outros como são, sem manipulá-los.
· Apresentar-se aos outros como você é. Ser transparente.
· Não cultivar nenhuma raiz de amargura ou ira.

Todos estes pontos são importantes para um líder cristão. Com certeza, aquele que não consegue cuidar de si mesmo, dificilmente saberá liderar outros.Há vários tipos de líderes que se adaptam às pessoas, grupos ou situações. Em seu livro Crescendo Junto com a Comunidade (Missão Editora, 1991), Noé Stanley Gonçalvez, cita alguns tipos de líderes o formal e empossado, o informal e reconhecido, o líder social e o de opinião, além do líder de tarefa. Acrescentarei outros: o autoritário, o liberal e o democrático.Na verdade, a arte de liderar é algo que vem de Deus, como um dom. O aperfeiçoamento no meio cristão se dá à medida que, ao utilizar este dom, ele seja aplicado para a glória de Deus, segundo Colossensses 3:17.

Tenho recebido em meu consultório alguns líderes cristãos querendo abandonar o ministério, devido às múltiplas pressões recebidas. Talvez as pressões provenham da própria formação teológica, de si mesmo, da família, da igreja, e da sociedade. Não há separação entre o tempo para si, família e igreja, fica tudo misturado e as conseqüências são desastrosas para a saúde do líder, e também algumas vezes para a saúde de seus familiares. Alguns jovens chegam com crise de identidade também sentindo-se pressionados pela família, por exemplo, quanto ao passar no vestibular. Outros sentem pressão no trabalho, e muitos na própria igreja, etc.Estes jovens líderes, que estão numa fase de aprendizagem na vida, entram em crise e nem sempre têm o apoio necessário da família, igreja e de outras instituições, Quando é possível fazer um trabalho psicoterapêutico, é muito gratificante perceber o Senhor restaurando vidas e ministérios. Há muitos líderes cristãos feridos. É preciso, mais e mais que a igreja se torne comunidade terapêutica e de amor, pois também seus membros estão sofrendo por causa de feridas emocionais.

Todo este esforço será em vão se não tiver por base o que Jesus nos ensinou em Mateus 22:37: “Ama ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda tua alma, com toda a tua mente.” Este amor é que sustenta todo e qualquer líder cristão. É a base para a arte de liderar! Mas, logo em seguida Jesus disse: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” Este triângulo é fundamental em toda e qualquer relação humana saudável: No meio cristão percebo que o mandamento de amar a Deus é bem recebido, embora haja pouco compromisso. “Amar ao próximo” é também bastante comentado mas pouco vivenciado. Já o amor a si mesmo é quase esquecido, pois é encarado como sinônimo de individualismo, egoísmo. Esta atitude equivocada tem levado muitos líderes a situações conflituosas e ambíguas. Deveria ser natural que alguém com o coração cheio de Deus e do seu amor, fosse capaz de amar ao próximo. Mas, como isto pode acontecer se ela não se permite amar-se? Sem amor integral e triangular, algo está quebrado. Em I Coríntios 13 há o mais profundo e bonito poema sobre o amor.O desafio é se permitir a prática do arrependimento, perdão, amor a si mesmo, ao próximo e a Deus. Só com esta base amorosa que vem do coração do Pai. É possível aprender e praticar a verdadeira arte de liderar.